O que acontece quando uma Due Diligence é mal-feita?

Pense num caso real e prático: uma empresa decide adquirir outra. O negócio parece promissor, os números fazem sentido e as partes decidem seguir adiante.

Meses depois, como é comum neste mercado, começam a surgir problemas de:

  • Passivo oculto não identificados (jurídicos/administrativos/fiscais…)
  • Sócios com histórico de conflito de interesses ou vínculos indevidos (por exemplo, com Partidos Políticos)
  • Choque cultural e problemas reputacionais (sendo vazado, inclusive, para veículos de mídia).

O que deu errado?

A resposta nunca é simples, mas é provável que a due diligence tenha sido feita de forma limitada, ou seja, mapearam apenas alguns riscos, uma janela temporal de alguns anos, apenas alguma empresa (do grupo) ou pessoas relacionada; ou ainda, a due diligence foi realizada de forma informatizada, em plataformas que geram resultados automatizados e até mesmo porcentagens de risco com base em datasets (mais rápido e barato), sem qualquer análise de inteligência (aprofundamento dos achados) e cruzamento de informações.

Isso acontece também porque a due diligence é tratada como uma mera formalidade do processo de investimentos e aquisição e não recebe o devido investimento e atenção.

Aqui na ASM Advogados sabemos que uma investigação bem conduzida pode ser a diferença entre um negócio de sucesso e um pesadelo jurídico.

Na prática, já vimos empresas evitarem prejuízos milionários porque fizeram a lição de casa. Isso não significa que não havia riscos, mas sim que, ao conhecê-los, a empresa pôde mitigá-los ou assumi-los com consciência, avalia-lo e precifica-los.

Também já presenciamos negócios desandarem porque confiaram apenas em análises sem contexto e superficiais. Neste cenário, foi necessário remediar e fazer “a tal due diligence completa” onde dinheiro foi gasto, tempo foi perdido e a lição, infelizmente, foi aprendida da pior forma.

A conclusão é bastante simples: hoje, fazer uma due diligence não precisa ser caro e nem demorado, mas toda empresa se beneficia de um bom mapeamento de riscos para apoiar a tomada de decisões.

Sobre a imagem que ilustra o texto: trata-se da metáfora do iceberg. Uma analogia ao processo de Due Diligence – que ilustra que uma parte pequena de algo representa um todo muito maior e complexo. Também comumente conhecida pela frase: “é apenas a ponta do iceberg”!

#OSINT #DueDiligence #Riscos #InvestigaçõesCorporativas

Texto escrito pela sócia Carolina Melo

Postado originalmente no Linkedin.

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